Porque as coisas não caiem do céu!
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Sobre a interpretação
Porque é que há pessoas, que ao serem confrontadas com uma opinião pessoal, se sentem logo atacadas? Aconteceu-me hoje num fórum dar a minha opinião sobre a criopreservação de células estaminais. Entrei no debate, expus alguns dos prós e contras quer do banco público, quer dos privados e rematei dizendo que a minha decisão se baseou sobretudo nos meus valores morais e de vida. Uma das participantes armou logo confusão, pois entendeu que eu estava a colocar em questão os seus valores morais!
A comunicação nem sempre é algo fácil, nem num frente a frente, muito menos num fórum, mas acho que neste caso bastaria ler as palavras que escrevi...
quarta-feira, 28 de março de 2012
Sobre o bem e o mal
Ando a ler o livro "Anjo branco" de José Rodrigues dos Santos, e está-me a surpreender pela positiva pois apresenta um registo diferente dos outros livros que já li deste autor.
Nos capítulos iniciais, através de uma conversa entre pai e filho, o pai questiona o filho sobre o que é o bem? Pergunta que parece simples, mas cuja resposta poucos de nós teremos na ponta da língua. É regra geral fácil distinguir entre o bem e o mal... mas definir o bem, uiui... bem complicado!
Ainda vai mais longe ao desligar estes conceitos da religião, não é necessário ser cristão para ser uma pessoa de bem e conhecer e seguir os valores morais que consideramos certos.
Na minha vida tento sempre orientar-me por princípios e valores que julgo correctos e admito nem sempre sou bem sucedida. Mas tento e por saber que nem sempre consigo, penso sempre duas vezes antes de "atirar pedras ao telhado do vizinho".
quinta-feira, 22 de março de 2012
A propósito do dia mundial da Poesia
Celebrou-se ontem o dia da poesia e dos poetas. Não sou leitora voraz deste género, mas de vez em quando abro ao acaso um livro de poesia e deixo-me guiar pela melodia das palavras de um ou outro poema.
Partilho aqui um dos poemas com que me cruzei recentemente e que me conseguiu tocar:
Um poema cresce inseguramente
Na confusão da carne.
Sobre ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
Talvez como sangue
Ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
Ou os bagos de uva de onde nascem
As raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
Do nosso amor,
Rios, a grande paz exterior das coisas,
Folhas dormindo o silêncio
- hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
Invade as casas deitadas nas noites
E as luzes e as trevas em volta da mesa
E a força sustida das coisas
E a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra a carne e o tempo.
Herberto Hélder, Poesia toda
Partilho aqui um dos poemas com que me cruzei recentemente e que me conseguiu tocar:
Um poema cresce inseguramente
Na confusão da carne.
Sobre ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
Talvez como sangue
Ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
Ou os bagos de uva de onde nascem
As raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
Do nosso amor,
Rios, a grande paz exterior das coisas,
Folhas dormindo o silêncio
- hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
Invade as casas deitadas nas noites
E as luzes e as trevas em volta da mesa
E a força sustida das coisas
E a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra a carne e o tempo.
Herberto Hélder, Poesia toda
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Helberto Hélder,
Poesia
quarta-feira, 21 de março de 2012
One hundred
One Hundred
The child
is made of one hundred.
The child has
a hundred languages
a hundred hands
a hundred thoughts
a hundred ways of thinking
of playing, of speaking.
A hundred always a hundred
ways of listening
of marveling of loving
a hundred joys
for singing and understanding
a hundred worlds
to discover
a hundred worlds
to invent
a hundred worlds
to dream.
The child has
a hundred languages
(and a hundred hundred hundred more)
but they steal ninety-nine.
The school and the culture
separate the head from the body.
They tell the child:
to think without hands
to do without head
to listen and not to speak
to understand without joy
to love and to marvel
only at Easter and at Christmas.
They tell the child:
to discover the world already there
and of the hundred
they steal ninety-nine.
They tell the child:
that work and play
reality and fantasy
science and imagination
sky and earth
reason and dream
are things
that do not belong together.
And thus they tell the child
that the hundred is not there.
The child says:
No way. The hundred is there.
Do livro: Che cos’è un Bambino de Beatrice Alemagna
O meu blog ainda não morreu
Apesar de inactivo há quase 2 anos, o meu blog não morreu, apenas tirou umas férias prolongadas!
De tal modo que a sua "dona" até se esqueceu da password... mas depois de andar para trás e para a frente, para trás e para a frente, lá conseguiu aceder e espero de agora em diante postar com mais assiduidade!
A minha vida mudou e eu também. Acho que para isso contribuiu eu ter sido mãe de um lindo rapazinho que ocupa quase todo o meu tempo livre... não, não me estou a queixar, embora frequentemente ache que o dia deveria ter pelo menos mais 2 horas!
E o que mudou em mim... muita coisa e eu própria ainda ando a descobrir algumas.
Fiquei mais frontal, deixei de engolir tanto sapo, e olho para a vida de outro modo...
O que não mudou: gosto pela leitura e pela palavra. E por esse motivo o blog volta a ter vida!
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