quarta-feira, 31 de março de 2010

Sono e televisão

Devo confessar que não sou grande apreciadora da leitura de jornais diários. Mas por motivos profissionais há alguns pelos quais invariavelmente tenho que passar os olhos, e nunca deixo de dar uma olhadinha às citações diárias que surgem quer no Diário As Beiras, quer no Diário de Notícias. Frases inteligentes, espirituosas, banais ou despropositadas de gente mais ou menos famosa... eu cá vou fazendo a minha selecção e registando as mais interessantes na minha agenda ou em qualquer papelinho que encontre à mão.

Hoje resolvi registar a citação do Diário As Beiras aqui no meu cantinho da blogosfera, pois apesar de ser uma frase banal, acho que no meu caso se aplica perfeitamente:

"A televisão é o único sonífero que se toma pelos olhos."

Vittorio de Sica (1902-1974), cineasta italiano

Nunca tomei nenhum sonifero químico e felizmente acho que também nunca precisei... cinco ou dez minutos depois de me deitar adormeço como um anjo. E também adormeço com a maior das facilidades recostada no sofá a ver televisão... espantoso que até consigo adormecer a meio (ou no início) de um programa interessante!!!

Portanto sim... eu tomo o meu sonífero pelos olhos!!!
:)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulher

Devagar, muito devagar
O sonho insinua-se
Dando tréguas ao pesadelo
Que caía pesado sob o semblante
Do jovem corpo de mulher,
Oculto num invisível
mas denso manto.
Devagar, muito devagar
Despoja a alma e o coração.
Devagar, muito devagar,
Centelha de esperança
Brilha lúcida nos olhos
Intensos azuis,
Rasgando trilho decidido
Por entre teias emaranhadas,
Devagar, muito devagar…
Emerge a mulher.

Sentada na ponta da lua, 8 de Julho de 2009

quarta-feira, 3 de março de 2010

Um poema que vem mesmo a propósito...

VAI SER MÃE

Mãos envolvendo
o ventre,
olhos sorrindo.

Rosas, camélias,
zíneas, açucenas,
todas as flores em festa

O corpo é mar calmo
a alma fantasia.
Não há inverno
nem outono
nem crepúsculo.

Passa uma ave,
harmonia.

Sono não tem.

Vou dizer-vos
um segredo.

Vai ser mãe.

Alcina Marques de Almeida in Palavras inquietas
Braga: APPACDM, 1998