Semana 3 - Tema: Filhos
Deveria ter me dedicado a escrever um texto para o desafio durante o fim-de-semana, mas não tive tempo ou se calhar foi mesmo falta de vontade para me sentar frente ao computador. Sobre este tema há muito a dizer, mas como estou a escrevê-lo a correr antes de ter que começar a trabalhar vai ter que ser breve.
Não sou pessoa de grandes ambições materiais ou profissionais, sou uma pessoa com a ambição de ser feliz e nunca duvidei que para sentir a felicidade em pleno teria que ser mãe. Teria que ter um filho!
Sonho acalentado desde sempre ou pelo menos desde que ganhei consciência de mim mesma. Ainda eu era uma jovem adolescente e já dizia aos meus pais: quando for grande, vou ser mãe solteira.
Mas a vida atira-nos pedras para o caminho e o sonho só depois de uma grande caminhada se concretizou.
Numa primeira relação depois de meses e meses de insistência nada acontecia, mês após mês eu esperava um sinal, mas nada. Fomos encaminhados para as consultas da especialidade e concluiu-se que o meu companheiro não tinha espermatozóides: nem um sequer! Foi um choque para nós, mas não avançamos… a nossa relação estava a deteriorar-se e o nosso futuro a dois era uma incerteza demasiado grande… o fim chegou e passado algum tempo conheci o amor da minha vida.
Nunca ocultei o meu desejo de ser mãe, mas cada vez que falava do assunto com o meu companheiro ele desviava para outro tema respondendo evasivamente: ainda é cedo, ainda não me sinto preparado… até que um dia me diz “não quero ter filhos”. Foi um choque difícil de digerir, mas digeri-o e passado algum tempo dei lhe o meu ultimato: o meu maior sonho é ser mãe, e se para o ser precisar de procurar outro pai, assim farei. Fui dura eu sei, mas nada ou ninguém iria me fazer desistir de ter um filho. Mais um ano de espera, e no dia do meu 33 aniversário recebi de presente duas chupetas e um biberão. Luz verde para seguir em frente… mas nada acontecia… e passado algum tempo novo regresso às consultas da especialidade. O veredicto: sem recorrer à FIV a senhora nunca engravidará.
Meses e meses de espera e finalmente a FIV… correu bem, nove meses depois tinha o meu tesouro nos braços.
O meu filho querido. O meu mais que tudo, que todos os dias me dá forças para prosseguir em frente. Me dá vontade de sorrir, me dá vontade de respirar, me dá vontade de cantar, de pular, de correr, simplesmente me dá vontade de viver.
Sei que ele não me pertence, saiu do meu ventre e a partir desse momento é cada dia um pouco menos meu, é do mundo, mas eu estarei sempre aqui para ele. Para o ver crescer até que um dia bata asas e siga o seu próprio rumo. Mas eu estarei sempre aqui. Para sempre ele será o meu filho.
Gostaria de ter mais filhos, adoraria… mas ficarei apenas com um. Fiz um ultimato ao meu companheiro quando achei que tinha argumentos válidos e não o repetirei. Os argumentos que tenho agora não são suficientemente fortes para repetir a proeza. Prefiro ter apenas um filho e ter uma família feliz e unida!
Se por um filho faria tudo? Faria, faço e sempre farei.