sábado, 31 de outubro de 2009

O livro é...

"O livro é como a colher; o martelo, a roda ou a tesoura. Uma vez inventados, não consegue fazer-se melhor (...) Talvez as suas componentes evoluam, talvez as páginas deixem de ser de papel, mas continuará a ser o que é."

Umberto Eco, escritor italiano, sobre a hipótese de a Internet matar o livro
Le Nouvel Observateur

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Escrever - coisas com que me identifico


Georg Freidrich Kersting (1785 - 1847), Lady by a Window Writing

"Tirando meia dúzia de cartas, há muito que não escrevo nada de puramente pessoal, pelo que não tenho a certeza de conseguir expressar-me como gostaria. Não que alguma vez na vida tenha tido semelhante certeza. De certo modo, sempre escrevi, porque me senti impelida a escrever.
Porquê? Por uma simples razão. Para pensar sobre o que quer que seja, preciso primeiro passar as ideias para o papel.
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, uma atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. (...)
Eis o meu mote (...) através da escrita, tomo todos os dias consciência da minha identidade.

In: Sputnik, meu amor de Haruki Murakami

P.s. Um livro que vale a pena ler!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sombra



Caminho na sombra
de um sonho distante.

Lá longe no horizonte
talvez...
os raios de sol
rasguem caminho
por entre as densas brumas...

e aí talvez, quem sabe
meu corpo e alma
possam banhar-se em luz!

MV, 15.05.2007

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O maravilhoso mundo dos livros



I've travelled the world twice over,
met the famous: saints and sinners,
Poets and artists, kings and queens,
old stars and hopeful beginners
I've been were no-one's been before,
learned secrets from writers and cooks
all with one library ticket
to the wonderful world of books.

Janice James

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um poema sobre a vida


Hoje andei a vasculhar o meu baú de memórias e reencontrei-me com um poema com que me cruzei pela primeira vez há vários anos atrás. O poema é de Alice Ogando (1900-1981), tradutora e autora de diversos originais, bem como de adaptações de peças de teatro.

O poema chama-se Pesadelo, e foi publicado na revista Modas e Bordados, mas poderia igualmente chamar-se Sonho, tudo depende da forma como o lemos e sentimos.

"Arranquem-se as correntes que me prendem!
Derrubem as muralhas que me cercam!
O sol anda lá fora,
a rir, a soluçar,
a amar e a sofrer
talvez, mas a viver.

Eu não quero morrer aqui metida,
banhada no silêncio frio da escuridão.
Nasci ave liberta…
quero voar,
quebrar as asas, adejar no espaço
e cair finalmente,
heroicamente,
de vez, aniquilada, fulminada.
E nunca de asas feridas, inúteis,
padecentes.

Mas antes, pairar alto
lá longe, onde voam as águias,
além, em plena altura!
Olhos postos no sol que me alumia,
nesse bondoso irmão que assim me beija
e que não me deseja
o corpo que banhou da luz mais pura.

Mas antes quero beber avidamente
a luz argêntea do luar,
deixar-me abençoar
pelo orvalho brando da manhã,
minha serena irmã
de olhos de cinza.

Mas antes quero beber a água cristalina
que cai da nuvem densa,
nuvem pesada, imensa,
que me parecia um gigante
quando eu era menina
e já sabia sonhar, fantasiar,
porque afinal,
sou hoje como era dantes. (…)"

Este é apenas o início do poema, que a partir daqui prossegue amargurando-se cada vez mais. Transcrevi apenas a parte de que gostei, para me amargurar e entristecer bastam-me as desgraças e tristezas que nos rodeiam diariamente.

Já aprendi que não vale a pena viver amargurada… a vida são dois dias e é melhor encará-los com um sorriso, nem que seja apenas um triste e ténue sorriso, de que com uma lágrima a escorrer pelo rosto.

domingo, 25 de outubro de 2009

Olhar para longe



Nem sempre não fazer nada é sinal de aborrecimento ou de desperdício de tempo!

Eu por exemplo gosto simplesmente de me sentar num cadeirão, frente à janela aberta, ao som do silêncio, a perscutar o "longe"... os pensamentos divagam e uma calma tranquila apodera-se de mim!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sonho...


Para que um sonho se realize antes de tudo devemos acreditar que ele é possível.
Depois é preciso que nos entreguemos a ele de corpo e alma...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O melhor amigo do homem!

"Os cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou roupas chiques. Água e alimento servem perfeitamente. Um cão não liga se és rico ou pobre, esperto ou burro, inteligente ou estúpido. Entrega o teu coração e ele dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo? Quantas pessoas te fazem sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas te fazem sentir extraordinário?"

Do livro "Marley e eu"

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Interessante


Uma mensagem sobre a qual vale a pena reflectir!

sábado, 17 de outubro de 2009

Nada como uma mulher inteligente!

Um casal sai de férias para um hotel rural.
O homem gosta de pescar de madrugada e a mulher gosta de ler.
Uma manhã, o marido volta de horas pescando e resolve tirar uma soneca.
Apesar de não conhecer bem o lago, a mulher decide pegar no barco do marido e ler no lago.
Ela navega um pouco, ancora, e continua a ler o seu livro.
Chega um guarda do parque no seu barco, para ao lado da mulher e diz:

- Bom dia, Madame, o que está a fazer?
- A ler um livro - responde ela, pensando: será que não é óbvio?
- A senhora está numa área restrita onde a pesca é proibida. - Informa ele.
- Sinto muito, senhor guarda, mas não estou a pescar, estou a ler.
- Sim, mas com todo o equipamento de pesca. Pelo que sei, a senhora pode começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente, terei que multá-la e processá-la.
- Se o Senhor fizer isso, terei que acusá-lo de assédio sexual. - Diz a mulher.
- Mas eu nem sequer a toquei. - Diz o guarda.
- É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento.
- Tenha um bom dia, Madame - Diz ele e vai-se embora.

Moral da história: nunca discuta com uma mulher que lê. É certo que ela pensa.

P.s. - Obrigado ao meu namorado pelo contributo! :)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Poema matinal

Hoje para variar um bocadinho, um poema da minha autoria...

Raios de sol intensos,
inundam a alma
desperta e radiante,
dançando como luz
em águas brilhantes.

Cristalino olhar
de intenso azul,
percorre o horizonte
longínquo e distante,
mergulha em sonhos
agitados como ondas
de um tempestuoso mar.

Cabelos doirados
balançam suavemente
ao ritmo do vento.

Corpo presente
no eterno momento,
A alma vagueia
perdida entre o ser
e o não ser
o tudo e o nada.

MV

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Questão que me preocupa...

Há vários dias, direi semanas ou talvez até meses que me preocupo com o alastrar rápido do nematodo, a tal doença que de há uns anos para cá, anda a afectar os nossos pinhais.

Quase há 2 anos atrás, por estas bandas, via-se a distâncias esparsas um ou outro pinheiro afectado, agora já quase não se vê um que ainda esteja saudável.

O governo anunciou medidas de combate a esta praga, nomeadamente o abate imediato das árvores contaminadas e a criação de zonas tampão. Mas é impressão minha, ou nada disto está a ser feito???

Por este andar, o que vai sobrar da nossa floresta?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Um interessante poema de Pablo Neruda


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

 
Vale a pena dar sempre o melhor de nós!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Segunda-feira

... As segundas-feiras são terríveis... sobretudo depois de um fim-de-semana que pouco teve das habituais características de fim-de-semana!


domingo, 11 de outubro de 2009

Caminhos para a segurança

Ando a ler um livro excelente! Daqueles em que é possível mergulhar profundamente, esquecendo tudo aquilo que nos rodeia.

É uma história do género fantástico, muito imaginativa que decorre num agradável ritmo. Como acontece com todos os livros que leio, há passagens que me fazem parar e reflectir. Eis uma delas:

"Talvez a maior faculdade da nossa mente esteja na habilidade em lidar com a dor. O pensamento clássico fala-nos das quatro portas da mente, que todos atravessam de acordo com as suas necessidades.
Em primeiro lugar, a porta do sono. O sono possibilita-nos uma retirada do mundo e de toda a sua dor. O sono marca a passagem do tempo, permitindo-nos distanciar das coisas que nos magoam. Quando uma pessoa é ferida, é frequente que perca os sentidos. De igual modo, alguém que recebe notícias traumáticas poderá vacilar ou desmaiar. É esta a forma da mente se proteger da dor, passando pela primeira porta.
A segunda porta é a porta do esquecimento. Algumas feridas são demasiado profundas para sarar ou, pelo menos, para sarar com rapidez. Além disso, muitas memórias são simplesmente dolorosas e qualquer cura será impossível. O ditado que diz que «o tempo cura todas as feridas» é falso. O tempo cura a maior parte das feridas. As restantes ficam escondidas atrás desta porta.
Em terceiro lugar, vem a porta da loucura. Há alturas em que a mente sofre um golpe tão brutal que se refugia na insanidade. Ainda que isto possa aparentar não ser benéfico, é-o de facto. Existem ocasiões em que a realidade é apenas a dor e, para escapar a essa dor, a mente precisa de deixar a realidade para trás.
A última porta é a porta da morte. O recurso final. Nada pode magoar-nos depois de morrermos ou, pelo menos, é o que nos é dito.”

Patrick Rothfuss in O nome do vento

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Leitura dos leitores


Fotografia retirada de: http://plymouthlibrary.org/

Sendo a leitura uma das minhas ocupações preferidas e também um elemento importante no meu trabalho, é um tema sobre o qual me debruço com alguma frequência. Qual a importância de ler? Como ler? Como incentivar à leitura? Como combater a iliteracia... sempre que puder deixarei neste blog textos e links para conteúdos sobre esta temática...

Por agora uma interessante citação de Francis Bacon:

"Leia não para contradizer, nem para acreditar, mas para ponderar e considerar. Alguns livros são para serem degustados, outros para serem engolidos, e alguns poucos para serem mastigados e digeridos. A leitura torna o homem completo, as prelecções dão-lhe prontidão, e a escrita torna-o exacto."

Boas leituras!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sísifo de Miguel Torga

Recomeça...

Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga, Diário XIII

Nota: Sísifo foi o meu primeiro verdadeiro contacto com a poesia... o primeiro poema que memorizei e com que me identifiquei, já lá vão mais de 20 anos! Ah... pois é o tempo passa veloz, e deixa as suas marcas!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Por detrás do trabalho...

Uma citação sobre a qual é importante reflectir:

"Se a apatia é indiscutível, a reacção que em mim provoca peca por exagerada. Repara tu, devia corrigir setenta e cinco pontos de exame até Domingo para afixar as pautas na segunda-feira. Fi-lo em dois dias, hoje é sexta. Essa "avidez" é um risco que deves evitar a todo o custo. Por detrás do trabalho surge mais trabalho, somos nós a inventá-lo ou, pelo menos, a antecipá-lo. A agitação frenética esconde uma recusa da meditação sobre o mundo em redor e a condição humana. Os antigos tinham em grande conta uma palavra que caiu em desgraça: o ócio. O deles era, por definição, produtivo e não pai de todos os vícios. Consideravam pensar tão necessário, como o navegar da canção de Chico Buarque. Não "apenas" para filosofar, também como preparação do agir. Hoje limitamo-nos a reagir, quais ratinhos das gaiolas dos cientistas. O mais depressa possível. Como todos os excessos, este abriga um enorme vazio que atulhamos de sinais exteriores de riqueza. De que nos cansamos tão rapidamente como dos brinquedos da infância. Pensar vai-se tornando raro. Em Antropologia Médica, (...), dizemos que o homo sapiens deu lugar ao homo faber."

Júlio Machado Vaz in "O tempo dos espelhos"

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Primeiro contacto com a obra de Voltaire

"- Ó meu Deus! - gritou, parece-me que é o Joãozinho!
A este nome o marquês ergueu os olhos e o carro parou.
- Mas é ele mesmo, o Joãozinho! E o gordo homenzinho, de um salto correu a abraçar o seu antigo camarada.
Joãozinho reconheceu Nicolino. A vergonha e as lágrimas cobriram-lhe a face.
- Abandonaste-me, diz Nicolino; tu és um grande senhor, no entanto eu gostarei sempre de ti.
Joãozinho, confundido e enternecido, contou-lhe, soluçando, uma parte da sua vida.
- Vem para a hospedaria em que me alojo contar-me o resto, diz-lhe Nicolino. Abraça a minha mulherzinha e vamos todos jantar.
Caminham os três a pé, seguidos da bagagem.
- Tanta bagagem! Pertence-vos?
- Sim. É tudo nosso. Chegamos da província. Dirijo uma boa oficina de ferro estanhado e de cobre. Casei com a filha de um rico negociante de utensílios necessários aos pobres e aos ricos. Trabalhamos muito. Deus abençoa-nos; não nos modificámos; somos felizes e ajudaremos o nosso amigo Joãozinho. Não queiras mais ser marquês, pois todas as grandezas do mundo não valem um bom amigo! (...)"

Excerto do conto Joãozinho e Nicolino de Voltaire

Tenho um blog

Finalmente... tenho um blog!
E agora que fazer dele?

Alimentá-lo todos os dias um pouquinho com fragmentos...
Fragmentos de quê?

A ver vamos... cada coisa a seu tempo!

Por agora... por agora vou aproveitar a janela aberta, sentar-me no cadeirão ao som de Eric Clapton misturado com os grossos pingos de chuva que batem no vidro, estilhaçando-se em minúsculas gotas...

Bom feriado...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Livros que já li... para além de muitos outros

  • O fogo e o vento/ Susanna Tamaro
  • O anjo branco/ José Rodrigues dos Santos
  • Abre para cá/ Jacinto Lucas Pires
  • Como ser bom/ Nick Hornby
  • Attachment/ Isabel Fonseca
  • 13 gotas ao deitar/ Alice Vieira e outros
  • Leão Escarlate/ Elizabeth Chadwick
  • Fica comigo esta noite/ Inês Pedrosa
  • Passageiros em trânsito/ José Eduardo Agualusa
  • És meu/Rita Ferro
  • A Cabana/ WM. Paul Young
  • A ilha debaixo do mar/ Isabel Allende
  • Eu sou a Charlotte Simmons/ Tom Wolfe
  • O sangue dos inocentes/ Julia Navarro
  •  As cinquenta sombras de grey/ E. L. James
  • Diz-me quem sou/ Julia Navarro *****
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