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terça-feira, 20 de junho de 2017

Devastador e impiedoso

O fogo é o elemento natural, pelo menos a meu ver, mais impiedoso!
Desde Sábado que vivemos sob uma densa e escura nuvem de cinza. O calor é abrasador dia e noite. As chamas ainda estão longe, mas a aproximar-se a um ritmo galopante...

O fogo que se vislumbra ao longe transporta consigo recordações... más recordações. Eu com os meus 11 anos a correr descalça e apenas de t-shirt e cuecas até à aldeia para mandar repicar o sinos em sinal de alerta. Noites sem dormir. Junto com os bombeiros puxar as mangueiras para tentar extinguir o fogo cada vez mais perto de casa. Encher todos os recipientes com água. Regar portas e janelas. Ver animais em fogo a correr desvairados. 3 vezes a casa da minha infância foi ameaçada. Felizmente não passou disso. Mas a recordação desses acontecimentos permanece connosco para sempre.

O fogo não é um espectáculo. O fogo é perigo! O fogo deixa marcas para sempre. Em quem perde a vida, em quem perde os seus bens e em quem o vive!

segunda-feira, 27 de março de 2017

Adeus avó...

Acordo de manhã cedo, como todos os dias.

Seguem se as rotinas. Lavar e vestir as crianças. Dar-lhes o pequeno-almoço, enquanto beberico o meu café.

Resolvo espreitar o Facebook e o “baque” vem logo que vejo o primeiro post. Uma fotografia da minha avó. Não precisei de ler... aquela imagem trouxe-me a triste e desoladora notícia da sua partida.

Lágrimas rolam pelo meu rosto. O meu filho mais velho questiona-me: porquê? Eu respondo: a avozinha foi para as estrelas e saber que nunca mais a verei ou poderei falar com ela deixa-me triste.
Muito triste.

Tão bem me lembro da última vez que a vi. Há 3 longos anos atrás. Demasiado tempo. E agora não mais a verei.

Apesar da distância física que nos separou ao longo da vida, em cada reencontro ultrapassava-se como se esta nunca tivesse existido. Ela era minha avó, a minha última avó. E eu a neta. O sentimento que nos unia era mais forte do que a distância que nos separava.

Mas a distância entre a vida e a morte é intransponível. Restam agora as saudades e as memórias. E a dor da sua partida.

E também as últimas palavras que me disse há 3 longos anos atrás. “Não demores outros tantos a voltar.

Mas não voltei. O carrossel da vida anda tão veloz, que não tive tempo e oportunidade de voltar.

Adeus avó! Até um dia!
Olharei para as estrelas e saberei que estás a olhar por nós.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Último adeus

Ontem foi um dia comovente e triste para D. Pimpolho e por conseguinte para o papá e a mamã.
Há dois anos atrás oferecemos-lhe o seu primeiro animal de estimação. Um hamster, que ele "baptizou" com o nome Chico. Claro que ele teria preferido um cão ou um gato, no entanto e como vivemos num apartamento, achamos que não temos condições de ter animais que necessitam de espaço e de ir regularmente à rua. Um hamster numa gaiola não é no entanto uma solução mais idílica, mas excluindo um peixe ou uma tartaruga, a única que se adequava à nossa situação. Durante 2 anos o bicharoco fez parte das nossas vidas, e D. Pimpolho todos os dias o espreitava e alimentava. Afeiçoou-se como é natural.
Ultimamente notava-se que o Chico estava a envelhecer, movia-se cada vez com menos agilidade e o pelo já não tinha o brilho de outrora. A velhice apoderou-se dele e antes de ontem deu o último suspiro. Como tal aconteceu ao final do dia, resolvemos apenas contar o sucedido na manhã seguinte, para que o miúdo não fosse dormir atormentado.
Foi um drama, lágrimas e choro e mais lágrimas e choro. O primeiro confronto directo com a morte.
No final do dia fizemos-lhe o funeral e dissemos-lhe o último adeus. D. Pimpolho soluçava e chorava, abraçámo-lo num abraço reconfortante e sussuramos-lhe palavras de conforto. 
O último adeus não é fácil para ninguém. O cachopo tem 6 anos e certamente este episódio vai suscitar uma série de questões nos próximos dias. Cabe nos a nós ajudá-lo a compreender e a lidar com estas situações.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A vida é um instante...

Cruzei-me várias vezes com esta jovem. Na rua, no supermercado, na biblioteca. Aparentava ser feliz. Tinha um emprego, um namorado que a amava, uma família unida e estruturada... e num âpice esta vida acabou.

O que a levou a escolher este dia para desistir de tudo? O que a levou a escolher o fim, em vez de continuar a enfrentar os obstacúlos do dia-a-dia? Perguntas que ficarão para sempre sem resposta.

Descansa em paz!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Casa cheia


Este fim-de-semana tive a casa cheia. Passei de uma, para 4 crianças!
Felizmente e embora não estivesse a contar com este cenário, tudo correu bem. Devo referir que 2 das crianças já têm 11 anos, ou seja, já são pré-adolescentes e já vão dando uma ajudinha nas tarefas domésticas, embora às vezes seja necessário dar-lhes um pouquinho de "corda".

Para além do meu filhote, veio também para passar o fim-de-semana a minha enteada e no Sábado de manhã fomos buscar de emergência as minhas sobrinhas... Infelizmente o avó paterno morreu (após algum tempo de internamento e de sofrimento) e a minha irmã e cunhado tinham muitos assuntos a resolver...

O velório e o funeral decorreram no Domingo. As meninas tinham sido avisadas do que havia acontecido, mas mal falaram sobre o sucedido. Eu fiquei sem saber se deveria ou não abordar o assunto... com 9 e 11 anos já têm consciência que a morte é o fim "natural" do ciclo da vida... mas até que ponto a morte as afecta? O que vai dentro daquelas cabecinhas? Fiquei sem saber e resolvi deixar as explicações todas para os pais.

A minha irmã optou por não as levar ao velório e ao funeral... e aqui começou a controvérsia. Eu concordei com ela, acho que ainda são demasiado novas para enfrentar tudo o que um velório e funeral implica, mas o meu pai achou que as netas deveriam ter ido! Já se esqueceu que quando nós éramos pequenas também não nos deixava participar nestas cerimónias...

Eu com 37 anos ainda continuo a lidar muito mal com a morte, já a entendo, já a aceito, mas aflige-me a ideia de que um dia os meus queridos "partam". A minha avó materna faleceu há 10 anos... fui pressionada pela família para ver o corpo no caixão, mas fui incapaz de o fazer. Não me arrependi, pois a imagem que guardo da minha avó é a imagem da vida, e não da morte.

Mas o que será o melhor? Vou pesquisar sobre esta temática para compreender um pouco mais sobre o impacto da morte sobre as crianças e as atitudes que pais e familiares devem tomar para que esta não deixe marcas demasiado traumáticas.

Entretanto para quem quiser fica aqui um link sobre um estudo que me pareceu interessante: