Os nossos filhos têm o dom de nos fazer perguntas para as quais não temos uma resposta preparada na ponta da língua. Então improvisamos ou respondemos de uma forma que mais tarde consideramos inadequada ou insuficiente.
Ontem ao final do dia, o meu filho mais crescido de repente questionou-me:
- Mãe porque é que os dias são sempre iguais?
Eu não estava à espera e não contava que aos 8 anos ele já tivesse uma percepção tão clara da rotina.
Respondi da melhor maneira que soube, mas fiquei a matutar e de certa forma fiquei triste. Como fugir ao que a sociedade nos impõe? Como escapar de todos estes horários? Como rentabilizar melhor as 24 horas que cada dia nos oferece?
Aos 8 anos eu nunca olhei para a vida como sendo rotineira e monótona. Eu vivia livremente e embora andasse na escola o horário era das 8.30 às 13.00... a minha mãe não trabalhava e eu vivia uma vida de aventuras e liberdade.
Adoraria poder proporcionar uma infância parecida aos meus filhos, mas sei que tal não é possível. A escola do mais crescido começa às 9.00 da manhã e termina às 17.30... é ensino obrigatório e eu não posso dar me ao luxo de deixar de trabalhar para estar mais tempo com eles. Resta-me no tempo que sobra dar o melhor de mim e ensinar-lhes a eles a aproveitar o tempo não condicionado por horários e obrigações da forma mais criativa e divertida possível.
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