“Não vás”, “olha que cais”, “vais
te sujar”, “eu dou-te a mão”. Os adultos provavelmente, não têm consciência mas
estas “são palavras terroristas” para as crianças. Quem o diz é Carlos Neto,
docente na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, que cativou
a audiência do seminário “Espaços para a infância”, numa intervenção no
Hospital pediátrico em que chegou a subir para cima da mesa do auditório e
saltar para o chão, num comportamento que deveria ser o normal em qualquer criança,
mas que é cada vez mais raro, porque a muitas delas, hoje em dia, já nem lhes é dada oportunidade de correr o risco.
“A super protecção adulta é hoje uma praga e o nível de risco é uma necessidade”
(…) “A criança saudável é a que tem o joelho esfolado”, no entanto, nos dias
que correm a maioria tem “o joelho limpo”, porque simplesmente, pouco se brinca ao ar livre. “Nós
nascemos para correr e utilizar este corpo de forma dinâmica. O espaço exterior
é fundamental para que a criança conquiste autonomia”(…)
"As crianças brincam cada
vez menos em espaços verdes e ao ar livre, passando cada vez mais tempo em actividades
estruturadas com horários, tais como o ballet, música e inglês. É necessário inverter esta tendência actual,
porque o que o espaço exterior oferece é muito mais benéfico", sustentou
Gabriela Bento, psicóloga da Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP),
associação promotora do seminário “Espaços para a infância”.
Excerto da notícia “Crianças de
hoje estão a crescer “totós” e “copinhos de leite”,
in Diário de Coimbra nº
28158 (13.07.2013)
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