sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Aborto

É um tema sobre o qual me tenho abstido de falar sobretudo porque diz respeito a uma decisão muito pessoal e respeito a liberdade de escolha. Mas estes últimos dias tenho lido e pensado sobre o aborto e simplesmente não resisto em tecer aqui algumas considerações pessoais sobre o tema.

Sempre disse a mim mesma que nunca abortaria, a não ser que fosse provado que o feto/bebé tivesse algum problema incompatível com a vida ou uma deficiência muito profunda. 

Felizmente nunca passei por nenhum problema de gravidez que me obrigasse a tomar qualquer decisão nesse sentido. Apenas engravidei uma vez através de FIV e dessa gravidez resultou um menino saudável e até agora feliz.

A gravidez não foi das mais tranquilas. Logo no início foi detectado um quisto, mas que felizmente desapareceu naturalmente por volta das 24 semanas de gestação. Já com 36 semanas de gravidez, durante a última ecografia fui alertada que havia umas medidas que estavam fora dos limites que poderiam resultar em lesões cerebrais e incrédula ainda tive que ouvir: “Agora é tarde demais para abortar”. Podem imaginar que nessa fase da gravidez ouvir essas palavras foi como levar um muro no estômago. Mas seguimos em frente e precisamente na data prevista nasceu o meu filhote. Logo no dia a seguir ao nascimento foi feita nova ecografia e para nosso alívio não havia qualquer problema.

Às 36 semanas já era tarde para abortar. Mas imaginem se as medidas da ecografia das 36 semanas tivessem sido detectadas mais cedo? E que eu com receio de ter uma criança dependente tivesse decidido abortar?

Teria abortado com base em incertezas e matado uma vida “inocente”. 

Como li num blog “amigo” teria abortado com base na achologia visto que os médicos, por mais exames que tenham feito, não conseguiram definir a real extensão do problema. Problema que afinal de contas nem sequer existia.

2 comentários:

  1. Pois é a isto que me refiro Mieke, pelo que tive lendo na net, a deleção pode resultar em vários graus de deficiência e a maioria todas compatíveis com a vida. Inclusive poderia o destino ter apenas que a criança em causa fosse surda. E com base nisto já tivera sua chance descartada. Já foi decidido desde o início pelo casal, que não teriam um filho doente, seja de que estado for. Só não entendeu, quem não quis. Pronto, é uma decisãodo casal, mas não venham com hipocrisias de amor incondicional, a menos que não saibam o que incondicional significa. E choca mais ainda por ser um casal da infertilidade...

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    1. Eu já havia decidido desde o começo da gravidez que iria adiante mesmo que tivesse problemas. Eu sujeitei-me a isto, fui eu quem quis fazer tratamento, é como jogar a sorte. Enfim, é uma questão de princípios.

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