Vivo com a sensação de não me dedicar tempo suficiente ao meu filho, revoltada por no fim do dia de trabalho ter que chegar a casa e lançar-me para a cozinha. Enquanto corto, pico e ralo, vou respondendo às questões e olhando para as brincadeiras de Dom Pimpolho... uma atenção dividida entre tarefas. Jantar pronto e vamos todos para a mesa... repito 100 vezes come, enche a colher... entre o jantar e a hora de deitar medeiam cerca de 40 minutos... 40 minutos em que largo tudo para apenas me dedicar ao rapaz. 40 minutos que sabem a muito pouco e que me deixam com a sensação de não ter cumprido o meu dever.
De nada vale atormentar-me diariamente com esta questão. As coisas são como são, preciso de trabalhar. Trabalhava 35 horas semanais e obrigaram-me a trabalhar 40, pedi jornada contínua e foi me recusada, e cada vez mais vejo os meus direitos enquanto trabalhador a encolher, a mirrar... e o espaço familiar acompanha essa tendência.
Queria estar presente, presente no crescimento e nas descobertas do meu filho. Ajudá-lo a explorar, a descobrir, a crescer e a aprender.
Sou obrigada a delegar essas tarefas no Jardim de Infância, onde imperam as metas de aprendizagem e a verdadeira infância é relegada para segundo plano, cruelmente encurtada.
Queria que o meu filho tivesse todo o tempo do mundo para ser simplesmente criança e fazer tudo o que uma criança tem direito de fazer...
Nota: sobre isto vale a pena ler "o que deve saber uma criança de 4 anos"
É por essas e por outras que tendo a opção, embora me limite economicamente, preferi ficar em casa com ela, e agora com o mano. beijinho e força...
ResponderEliminarComo eu me revejo neste texto, também, sinto que passo a vida a dizer despachem-se, comam a sopa, toca a dormir, toca a acordar...sei lá que mais.
ResponderEliminarAinda este fim de semana, enquanto me dedicava às limpezas habituais e a passar a ferrom, pensei nem sei quantas vezes poderia estar a fazer coisas melhores.....
Adorei o texto do link.
Bjs